Viagens (…ao virar da esquina) 2018-20

Ao longo de 148 páginas, todos os artigos publicados na imprensa ao longo de 2 anos, desde Novembro de 2018 até Setembro de 2020, compilados no formato de livro digital.

Um convite a rever 2 anos de passeios com muitas fotos e outras tantas histórias com que me fui cruzando…ao virar da esquina.

Bem vindos e boa leitura!

Capa Livro 2018-20

EN2 – Portugal de Fio a Pavio

O desafio: percorrer a EN2 num só dia, de Chaves a Faro!
O objectivo: experimentar a nova Honda Africa Twin
O resultado: muita camaradagem numa viagem espectacular
O bónus: um Manual Prático para quem quiser fazer a EN2

Uma estrada, um dia, uma moto

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No km 0 da Estrada Nacional 2
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A novíssima Africa Twin e a ancestral Ponte de Trajano em Chaves

O mote estava dado. 25 de Janeiro, antes das 7.30h da manhã, ainda noite escura, fria e com nevoeiro, as motos começaram a chegar ao km 0 da EN2 em Chaves.

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Na noite escura, o grupo juntava-se no km 0
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A Red Bull deu-nos asas e muita energia!

O objectivo era conduzir a novíssima Honda CRF1100L, a Africa Twin na versão Adventure Sports, com que a marca japonesa enfrenta a nova década e a concorrência, para poder partilhar essa experiência no Viagens ao Virar da Esquina. A Estrada Nacional 2 foi o cenário ideal.

Nas semanas anteriores, a expectativa tinha crescido, graças às redes sociais. As muitas intenções saldaram-se em 9 motos que me iriam acompanhar neste desafio: percorrer a EN2, de Chaves a Faro, numa única jornada.

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Os aventureiros no km 0

Para lá da tricolor que conduzi vieram 5 da geração anterior: as duas do Tiago e do Manel que com o Luis e a sua Varadero compunham o trio de amigos que fizeram questão de me acompanhar desde a primeira hora e as do João, do Luís e do Carlos. Ainda uma GS1200 do Nuno. E uma palavra especial para o Ernesto com a sua KTM Duke125 e o casal Nuno e Paula que saíram de Paços de Ferreira com a sua Yamaha R6 para chegarem a Chaves e de seguida rumarem a Faro. As origens deste pessoal eram as mais variadas: Lisboa, Évora, Lagoa, Barreiro, Penafiel, Olhos d’Água. O País bem representado!

Ainda de noite, fizemo-nos à estrada…
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À saida de Chaves. O dia começava com nevoeiro.

Saídos de Chaves, o dia acordou connosco já na estrada e o nevoeiro levantou. Os socalcos do Douro e a bonita estrada que nos levou até à Régua foram feitos já de dia.

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Peso da Régua

À frente, em Lamego o primeiro encontro: aguardavam-nos 9 Africa Twin que nos iriam acompanhar até Penacova, numa recepção calorosa por iniciativa da Honda de Viseu – a Ondavis.

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Em Lamego. Ao fundo o Santuário de Nª Sª dos Remédios. Em destaque, muitas Africa Twin….15!!!
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No Alto de Bigorne, ponto mais alto da EN2.

E foi nesta cidade que teríamos a paragem mais prolongada de toda a viagem (com efeitos que mais adiante descrevo…). A desculpa foi uma foto no centro…mas o pessoal precisava de tomar café!

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Em Viseu, no Rossio. Com os nossos amigos da Ondavis.

1 hora depois saímos em direcção ao primeiro troço complicado do traçado”original” da EN2. A albufeira da barragem da Aguieira submergiu parte da estrada, pelo que de Santa Comba Dão até pouco após o paredão da barragem, seguimos pelo que sobrou com recurso a alguns pedaços de outras estradas. Visitámos o ponto onde o alcatrão desaparece na água. A partir de Oliveira do Mondego retoma-se a estrada que segue pela margem esquerda do Mondego.

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Barragem da Aguieira: onde a albufeira submergiu a EN2
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Barragem da Aguieira: onde a albufeira submergiu a EN2

Reabastecimento das máquinas em Penacova e despedida dos companheiros viseenses. Mais à frente, em Poiares, a paragem prometida para uma “bucha”. É de saudar o espírito de iniciativa de quem aproveita a oportunidade gerada pela EN2 para combater o abandono do interior.

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No Café Central em V. Nova de Poiares – km 248

Daqui e até à Sertã, puro divertimento. Estrada em bom estado, sobe e desce, curva e contra-curva constantes, deixámos ficar para trás Góis e Pedrogão Grande.

Na Sertã começa a segunda parte complicada do percurso. porque abandonamos aquela que hoje é chamada de EN2, uma via rápida e sem interesse excepto para quem quer chegar rápido, para tomarmos o antigo traçado, estreito, sinuoso e nem sempre em bom estado.

O paragem seguinte foi no Centro Geodésico no Picoto da Melriça em Vila de Rei. Local simbólico onde nos aguardavam alguns companheiros por iniciativa do concessionário Honda de Tomar – Masterbike.

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No Picoto da Melriça, centro geodésico de Portugal (com os nossos amigos da Masterbike)

Alguns minutos de convívio, as fotos da praxe e seguimos viagem, novamente pela antiga e sinuosa EN2 até Abrantes, que entre minúsculas aldeias passa no Penedo Furado. Um recanto de beleza e tranquilidade.

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No Miradouro do Penedo Furado

Aqui e relativamente ao plano inicial (que não contemplava a necessidade das paragens prolongadas que aconteceram) o atraso era de 2 horas. Nada que comprometesse o objectivo final de percorrermos a EN2 num só dia. Longe disso. Mas acabou por inviabilizar o que seria outro dos pontos altos da jornada.

A Motodiana de Évora preparou um dia de convívio com os seus clientes. Que iria culminar com o nosso encontro a meio da tarde em Mora. Todavia, o atraso acumulado que trazíamos e o aproximar da noite fez com que o grupo de 3 dezenas de Africa Twin compreensivelmente desmobilizasse antes da nossa passagem. Foi pena! E frustrante para todos…

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No km 500 – Ciborro

Depois da foto ao km 500 no Ciborro, nova paragem para atestar em Montemor-o-Novo. A noite já caía – as viagens no Inverno têm esta contingência, que também fazia parte do desafio – pelo que a decisão foi seguirmos até Faro sem mais delongas. De noite pouco havia para ver na paisagem e a condução iria exigir toda a atenção: alguns troços no Alentejo estão em estado deplorável e no final, as 365 curvas da Serra do Caldeirão tinham o condimento adicional de o piso estar molhado…

Já passava das 22 horas quando chegámos a Faro, os mesmos que 15 horas antes tínhamos saído de Chaves. É evidente que a celebração da jornada aconteceu junto das placas que nos queriam dizer para voltarmos a Chaves. Só faltavam 738,5km!

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A Africa Twin e o marco final
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Desafio concluído (e com direito a troféu…)
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15 horas e picos depois, os mesmos que saíram de Chaves chegaram a Faro. Excelentes companheiros e amigos!!!

Uma viagem que correu de forma espectacular, com companheiros extraordinários, sem azares ou percalços que estragassem a boa disposição e em que a única nota negativa foi o desencontro com os nossos amigos de Évora. Algo a compensar no futuro…

Os apoios:

A nova Africa Twin

A aposta da Honda foi já muito escalpelizada na imprensa por quem sabe. Como motociclista comum apenas posso dizer que cheguei a Faro sem marcas de cansaço.

A moto revelou-se sempre muito segura em todas as condições – mau piso, estrada molhada, condução nocturna, traçado sinuoso – e algumas das inovações e melhorias introduzidas provaram a sua eficácia: novas suspensões, nova ciclística e melhorada ergonomia, faróis com função “cornering”, novo painel TFT com excelente leitura em quaisquer condições e que simultâneamente permite a personalização da moto nos mais ínfimos detalhes. O novo motor, mais “redondo”, tem uma utilização linear em toda a faixa de rotação, o que se traduz em melhor agradabilidade de condução.

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A CRF1100L Africa Twin Adventure Sports que me acompanhou no Portugal de Fio a Pavio

Ler aqui: “Africa Twin – de fio a pavio

Sem dúvida uma aposta ganha com esta CRF1100L Africa Twin Adventure Sports!

E sobre a Estrada Nacional 2?

Em 2020 faz 75 anos que foi publicado o Plano Rodoviário que criou e classificou as Estradas Nacionais.

A esta, que na altura não existia na sua totalidade (nem hoje, diga-se em abono da verdade), foi atribuído o número que à época traduzia a importância que lhe estava destinada. Era a segunda, logo a seguir à estrada Lisboa-Porto. Isto denotava o relevo que era dado ao desenvolvimento do interior do País…

Só nos anos 70 a estrada ficou realmente completa com o asfaltamento dos últimos troços que ainda faltavam. Pouco tempo lhe restou. Os Planos Rodoviários de 1985 e 2000, retiraram-lhe importância (induzidos pela desertificação do interior e pelo novo paradigma das auto-estradas) e acabaram por a retalhar. Alguns pedaços estão entregues a responsabilidades municipais, outros centralizados e outros…quase parecem abandonados.

O potencial turístico da Estrada Nacional 2 vive mais da imagem mítica daqueles que a percorrem, por vezes sem saberem bem se nela estão ou não, porque a sinalização é fraca ou inexistente. Por outro lado, sem uma identidade claramente definida (que leva alguns a procurarem semelhanças com outras estradas e rotas estrangeiras) e sem um plano de desenvolvimento integrado entre quem deverá ter a responsabilidade de gerir a estrada e todo os operadores turísticos e comerciais nas suas margens, a EN2 continuará a ter esse lado semi-aventureiro mas também se irá degradando. A estrada e a sua imagem!

Merece muito mais porque percorrê-la é ter numa única via o mais perfeito retrato da diversidade do nosso País. Diria mesmo, a imagem mais completa de Portugal de Fio a Pavio.

(este texto foi editado e publicado na MOTOJORNAL #1476 de 14 de Fevereiro de 2020)

Estrada Nacional 2 – o percurso

O percurso feito seguiu o mais possível o trajecto original da EN2. E aqui surge a primeira nota:

Começamos em Chaves na EN2 e seguimo-la até à Barragem da Aguieira (em Castro Daire tivemos que fazer um pequeno desvio pela A24 uma vez que um deslizamento de terras cortou a nossa estrada…esperemos que a reparação seja breve…). Depois do paredão da barragem vamos utilizar um pequeno troço da EN228.

Mais à frente, entre Vila de Rei e o Sardoal, seguimos pela EM2. Depois novamente EN2 até Montemor-o-Novo. Daqui até Castro Verde seguimos pela ER2. E finalmente, daqui até Faro, novamente EN2.

Em Faro, nova dificuldade. O marco dos 738km foi removido para a construção de uma rotunda no cruzamento da Rua do Alportel com a Av. Calouste Gulbenkian. Para chegarmos às setas que nos indicam que para regressarmos a Chaves faltam 738,5km temos que fazer um desvio por ruas laterais uma vez que a Rua do Alportel no cruzamento com a Rua Aboim Ascensão tem o sentido inverso. No guia “Estrada Nacional 2” editado pela Papa-Figos (excelente, diga-se) referem que o final se situa junto à marina de Faro e ao Arco da Vila, na Praça D. Francisco Gomes junto à Av. da República…

Sempre que possível, o percurso faz-se pelo interior das principais localidades, como ocorria antigamente. As variantes às povoações vieram muito depois do nascimento da EN2…

Para quem o queira seguir, aqui fica o link para download do trajecto em formato GPX, utilizável na maioria dos GPS:

EN2 – Chaves – Faro (Viagens ao Virar da Esquina – versão oficial) – Fev2020

Manual Prático da Estrada Nacional 2

(publicado em Março de 2019 na Andar de Moto)

A Estrada Nacional 2, EN2 para os amigos, foi instituída no Plano Rodoviário Nacional de 1945. Tinha o objectivo de unir Portugal de cima abaixo, atravessando o seu interior, por oposição à EN1 que o fazia pelo litoral, de Lisboa ao Porto.

À época, existiam já construídos alguns troços desta estrada e outros foram-no sendo ao longo do tempo. No fundo, aquela que hoje tendemos a ver de forma algo romântica como “a” EN2 sempre foi uma amálgama de estradas. Tal como hoje, em que alguns troços foram reclassificados e até renomeados (no Alentejo, foi classificada como “estrada regional” daí a designação ER2…). Outros foram absorvidos por vias mais ou menos rápidas, que até lhe subtraíram a designação (o troço entre Sertã e Abrantes ou as muitas variantes às localidades entretanto construídas). Para não falar nos que desapareceram (na Barragem da Aguieira alguns pedaços ficaram submersos).

Tudo isto para dizer que, por incrível que pareça, encontrar o traçado mais fiel a um suposto original é mais difícil que o esperado. Isso tem consequências no trajecto mas também no planeamento das etapas. Já veremos porquê!

Todas as considerações adiante realizadas partem do pressuposto da realização da viagem desde o quilómetro 0 em Chaves até ao 738,5 em Faro. Se a opção for a inversa, pouco ou nada se altera, a não ser a divisão dos tempos para cada etapa. E já que falamos nisso…

Quantas etapas?

Esta é a pergunta que mais vezes é feita. E a resposta é muito simples: depende!

DO NÚMERO DE DIAS DISPONÍVEL. Um detalhe prévio: ao planear a viagem, independentemente do número de dias destinados à EN2, deverá reservar-se pelo menos 1 dia para o trajecto complementar. Isto é, para a ida até Chaves e para o regresso de Faro. Este trajecto terá comprimento idêntico no mínimo! Como se pode fazer, depende do ponto de partida/chegada de cada um e do tempo para (mais ou menos quilómetros de auto-estrada);

DO GRAU DE DETALHE. Isto significa que quanto mais paragens mais tempo se demora (seja pessimista quanto à alocação de tempo para cada visita. Demoram sempre mais que o previsto). E algumas, são efectivamente demoradas. Por exemplo, se em Vila Real pretenderem visitar um dos ex-libris, a Casa de Mateus, atentem no seguinte: a visita merece ser longa. Porque a Casa e os jardins assim o justificam, mas também o preço: 8,5€ só para os jardins e 12,5€ para Casa e jardins. Por este preço, justifica-se uma visita atenta…e demorada!

DO RITMO DA VIAGEM. Madrugadores tenderão a tirar mais partido do que os mais preguiçosos. Até porque o pôr do sol é à mesma hora para ambos e viajar de noite não se justifica, pois para ver as estrelas, é melhor sentado numa qualquer esplanada no final da etapa. Também os tempos dedicados à gastronomia são importantes. Há que ajustar os almoços ao tempo disponível para não andar a recuperar tempo na estrada, com os riscos que isso acarreta…e de barriga cheia!

DA ESTRADA. Este É o único elemento fixo da equação. O trajecto não tem todo as mesmas características.

De Chaves até Vila Real flui bem e em boa estrada com algumas localidades pelo caminho. Daí para Lamego, o percurso torna-se muito mais sinuoso – e bonito! Estamos a falar da descida para Peso da Régua e da subida na margem esquerda (passa-se aliás pelo ponto mais alto de toda a EN2 um pouco à frente do desvio para Lazarim – e esta pode ser uma das localidades a visitar, afamada pela sua celebração do Entrudo mas cuja estrada de acesso é íngreme e estreita).

De Lamego a Viseu, torna a fluir bem e em boa estrada. De Viseu até ao Rio Tejo é que a porca torce o rabo. Falaremos especificamente deste troço, mais adiante. Mas adiante-se que é sinuoso, nem sempre evidente e nunca a permitir ritmos elevados, pelo contrário.

De Abrantes para baixo, entramos no Alentejo. As planícies geralmente com boas estradas (uma ou outra excepção) permitem bons andamentos até porque o número de povoações atravessadas diminui drasticamente.

A partir de Almodôvar, com a entrada no Algarve, temos a cereja no topo do bolo: a Serra do Caldeirão com as suas 365 curvas. Uma por cada dia do ano e capazes de satisfazerem os gostos de qualquer motociclista, mesmo os mais exigentes.
A última dificuldade do percurso: encontrar as placas do quilómetro final da EN2 em Faro. O marco dos 738km e as placas direccionais que indicam “Chaves 738,5km”.

Então, e afinal quantas etapas?

Se possível for, diria que 3 etapas até Abrantes, mais uma até Castro Verde/Almodôvar e uma meia etapa daqui até Faro.

Comecemos pelo fim: porquê esta meia etapa? Porque é muito mais saboroso (e seguro!) fazer o Caldeirão pela manhã, fresquinhos, do que no final do dia já com alguns centos de quilómetros em cima. Por outro lado, o alojamento e a alimentação serão muito mais económicos no Alentejo do que no Algarve. Sendo possível, a outra metade do último dia pode ser dedicada ao regresso.

Resumindo 4 dias e meio.

Uma primeira etapa até Lamego ou Castro Daire. Uma segunda, daí até Góis ou Pedrógão Grande. A terceira até Abrantes ou Montargil. As restantes já falámos atrás. É evidente que se tiver mais tempo disponível….excelente. É disfrutar do muito que a EN2 tem para oferecer.

Sabemos todavia que o óptimo é inimigo do bom!

Com motociclistas madrugadores, diria que é perfeitamente viável cortar 1 dia ao que acima referi. Por exemplo, terminar o primeiro dia em Viseu e o segundo em Abrantes ou algo antes. Daí para baixo seria o mesmo.
E aqui chegamos ao ponto fulcral. Os percursos entre Santa Comba e Penacova e, mais à frente, da Sertã a Abrantes.

No primeiro caso, a construção da Barragem da Aguieira levou a que uma parte da EN2 fosse submersa e a posterior construção do IP3 nalguns pontos sobrepôs-se. E a sinalização tende a remeter a EN2 precisamente para o IP3!

Seguir um trajecto o mais próximo possível do original, leva-nos a, depois de Vimieiro, seguir na proximidade de Chamadouro, passar em Oliveira do Mondego e Porto da Raiva. Finalmente a partir de Penacova o trajecto é mais claro. Mais à frente, uma pequena armadilha na entrada de Pedrógão Grande.

Depois da Sertã, aquilo que hoje é chamado de EN2 é uma variante, estrada bem larga e rápida que, depois de passar perto do Centro Geodésico em Vila de Rei, desagua em Abrantes (Alferrarede). Mas a original é bem mais complexa, sinuosa e…muitíssimo mais bonita e interessante. Saliento apenas a passagem pelo Penedo Furado.

Ambos os troços atrás referidos são lentos. Daí a questão da divisão das etapas dever levar este aspecto em consideração, sob pena de a dada altura se estar a viajar de noite. No mínimo desinteressante!

Mais duas curiosidades: lembram-se os menos jovens, que antigamente as estradas seguiam pelo centro das localidades. Hoje em dia, existem variantes. É uma opção a tomar. Por exemplo, à entrada de Tondela, as placas a indicar EN2 fazem seguir pela variante. E merece a pena atravessar pelo centro.

A segunda curiosidade tem a ver com Viseu. Não é à toa que lhe chamam a capital da rotundas. O percurso que sugerimos (o mais próximo possível do original) passa por não menos que 24 redondéis!

Tudo isto serve para uma última recomendação. Se afastarem alguns pruridos tradicionalistas, façam-se acompanhar de um GPS.

O ficheiro GPX que “Viagens ao Virar da Esquina” disponibiliza – façam o download no link acima – tem no mínimo a vantagem de vos prevenir para todas estas armadilhas. Ou em alternativa, utilizem-no em casa, na preparação de um travel-book que vos auxilie ao longo do caminho.

A última nota: existem duas óptimas publicações sobre a EN2. Complementam-se e servirão certamente de excelentes roteiros. Uma delas, editada pela Papa Figos andará pelas livrarias. A outra, “A mítica estrada nacional 2”, foi publicada por defunta editora e só com muita sorte poderá ser encontrada. A não ser que algum amigo a tenha…

Independentemente de tudo o que foi dito, façam a EN2. De espírito aberto e do modo que quiserem.

Verão que será uma experiência inolvidável!

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Chaves, Km 0 na EN2
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Em Faro….para chegar a Chaves, já só faltam 738,5km
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No marco do km 738 (que agora não está lá!) – Abril 2018
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