Fogo cruzado no Montejunto!

Fomos até à Serra de Montejunto para experimentar o potencial da Brixton Crossfire 500.
Um dia bem passado com excelente companhia!

Calma!

Não há nenhum incêndio na Serra de Montejunto. Nem sequer uma qualquer cena de tiroteio à la Rambo. Nada disso!

Desta vez, fui experimentar a Crossfire. A Brixton Crossfire 500. E que melhor sítio do que levá-la a passear até ao Montejunto?

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Sendo uma marca recente e, principalmente, sendo este modelo a primeira incursão numa cilindrada maior (depois das 125 e 250), acho que se justifica um enquadramento histórico.

A história da Brixton

 A Brixton é uma marca que pertence ao KSR Group.

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E aqui a primeira surpresa: o nome da marca sugere sem qualquer rebuço uma certa herança britânica. As linhas clássicas das motos dos gloriosos anos 50 e 60 do século passado, as custom bikes e as cafe racers.

Não são inocentes por isso o prefixo “bri” nem o sufixo “ton”. Acrescentam…o tom. A fazer lembrar outros…a Norton, pois claro, ou a Wilkinson bem lá mais para trás. E a Aston, noutro ramo da indústria do motor.

 Se formos aos nomes dos modelos da marca, as referências continuam lá: Cromwell (nome de um herói da história de Inglaterra que viveu no Séc XVII), Sunray, Rayburn e, finalmente, a Crossfire.

O remate: Brixton é o nome de um dos bairros mais centrais de Londres. Se isto não é inspiração, digam-me o que é?

Mas…o KSR Group não é inglês. Nem britânico. É austríaco. O que não tem qualquer óbice. A Áustria tem-se tornado nas últimas décadas um dos paradigmas da qualidade na indústria motociclística. E a herança que reivindicam é excelente, está ao sabor do tempo que corre, portanto…”tá-se bem!”

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Nascido em 2015, muito recente portanto, o KSR Group resultou da iniciativa dos irmãos Christian e Michael Kirschenhofer e desenvolve a sua actividade em 4 áreas predominantes: saúde, design e inovação, bens de consumo e mobilidade. É esta última que nos interessa.

Como marcas próprias, possui a “nossa” Brixton, a KSR Moto e as adquiridas Malaguti e Lambretta. São ainda representantes em alguns países de marcas como a Benelli, CF Moto (2 rodas e ATV/SUVs) e Royal Enfield Também estão presentes na mobilidade eléctrica através das Niu, Sur-Ron e A-To (trotinetes). Anualmente vendem cerca de 60.000 veículos.

Convém salientar que a parte de desenvolvimento técnico e de design está localizada na casa-mãe na Áustria, mas a fabricação é deslocalizada na China. Custos de produção obrigam. E aqui, como em muitas outras áreas, a chave está no controlo de qualidade que, pelo que observámos, o construtor não descurou minimamente. Até porque a montagem é na Europa.

A primeira apresentação pública da Brixton ocorreu no Salão de Milão de 2016 e daí para cá a marca foi alargando a sua gama. Em 2018 nasceu o seu modelo porta-estandarte: a Crossfire!

Em 2019 apresentou, também em Milão, um concept de uma moto com 1200cc. Veremos o que aí virá…

As oportunidades são para aproveitar

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Tardou 2 anos a chegar cá.

Mas chegou e como tal, a disponibilidade dada pelo representante nacional – a Moteo,SA – de a experimentar e partilhar as impressões colhidas não podia ser desperdiçada.

Foi por um triz, porque a data marcada, 14 de Janeiro foi precisamente a véspera de novamente nos vermos obrigados a ficar retidos em casa por força desta crise sanitária que nos assola.

Gorou-se a possibilidade de usufruir da moto durante alguns dias e dessa forma poder eventualmente fundamentar melhor a minha opinião.

A alternativa foi pois fazer num dia mais intenso, o que poderia levar mais tempo. O trajecto escolhido tinha todas as cambiantes necessárias: bom piso e outros mais sofríveis, subidas e descidas, curvas e contracurvas, estradas lentas e outras mais rápidas e algum trajecto citadino. Um imprevisto de final de dia fez com que esta última vertente fosse mais curta mas nada que impeça a apreciação respectiva.

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Convém deixar desde já uma nota: a Brixton Crossfire 500, para lá das características e virtualidades que adiante irei descrever, não é uma moto que se enquadre no paradigma de uma moto para viagens.

Mas como sabemos, a melhor moto é aquela que temos em cada momento e as viagens apenas têm um limite: a nossa capacidade de sonhar! Ou seja, se for com uma Brixton Crossfire 500, será. E o que interessa é ir e desfrutar!

Até à Serra de Montejunto e regresso

O roteiro escolhido incluiu a EN115 desde Loures até Vila Verde dos Francos (com a passagem por Bucelas e a necessária paragem para reabastecimento em cafeína e pastel de nata em Sobral de Monte Agraço). Daí, tomámos conta do Montejunto.

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Convém aqui referir que tive companhia desta vez. O Carlos resolveu em boa hora acompanhar-me com a sua bonita Royal Enfield Classic. Foi um contraste interessante, entre uma neo-retro e uma verdadeira retro, clássica como o próprio nome indica. E foi em Sobral que surgiu a oportunidade de tirar uma foto que fala por si:

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Fomos às antenas, passámos pela zona da Real Fábrica do Gelo (recomendo a leitura de Volta saloia por Montejunto e Bombarral“)  e quando pensávamos que nos iríamos empazinar com as tostas mistas XXL do Bar da Serra…estava fechado para obras.

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Descemos a Pragança onde almoçámos (disso falarei adiante com mais detalhe) e depois do estômago reconfortado, rumámos até à Abrigada pelo antigo troço do Rali de Portugal. O regresso fez-se depois pelas estradas secundárias da região até encontramos novamente a EN115 e regressarmos ao Sobral. Depois, passámos em Arruda dos Vinhos, Alverca e finalmente chegámos a Lisboa.

20210114_121326.jpg_7.69_jpg20210114_121450.jpg_7.56_jpg20210114_121509.jpg_8.94_jpgSob o signo do X

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Aqui o X não significa nem “empate”, nem “vezes”. Quer dizer “cruzamento” (cross) com o sentido de encontro. De reunião. De convergência.

E quando os nossos sentidos “convergem” para a Crossfire 500, todos eles têm algo a dizer. Pelo menos foi essa a minha impressão ao primeiro contacto.

Há alguns anos, um político disse que “não há uma segunda oportunidade para uma primeira impressão”. A Crossfire não precisa de segunda oportunidade.

O que os meus sentidos disseram:

Visão – a moto é muito bonita (com tudo o que isso possa ser de subjectivo)! A marca tem um cuidado muito particular com o design – como vimos ao início, essa é uma das áreas de actuação do KSR Group – e não deixou os seus créditos por mãos alheias.

Podemos dizer que há ali um arzinho de Svartpilen ou de Moto Guzzi. Podemos…mas é injusto.O cruzamento de arestas vivas no depósito, formando o tal “X”, dá-lhe não só uma imagem original com muito carisma, como resulta muito bem nas fotos, com um interessante jogo de sombras. O mesmo símbolo que se repete nos topos do radiador.

20210114_103433.jpg_6.97_jpgA óptica redonda, full LED, com a marca em destaque e os pontos cardeais definidos no aro são outra demonstração do cuidado posto nos detalhes.

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O mostrador digital esteticamente muito bem conseguido, redondo a condizer, é muito simples mas tem lá toda a informação necessária. E é de excelente qualidade: de leitura fácil, a visibilidade é óptima em quaisquer situações de luminosidade (tomara muitas motos de gama mais elevada poderem dizer o mesmo!). Já os espelhos, apesar de competentes, poderiam ter hastes mais curtas com um estilo em linha com a fluidez da moto.

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A quase completa ausência de fios e cabos na zona do motor denota também o extremo cuidado posto na montagem com reflexo no óptimo aspecto visual.

20210114_103228.jpg_7.52_jpg A linha café-racer está bem evidente na traseira com o curto e afilado espaço do pendura, no qual está integrada a minimalista luz traseira. Discutível apenas o guarda lama traseiro que incorpora a chapa de matrícula, mas muito ao sabor da moda actual e como tal, não é defeito. É feitio. As jantes raiadas complementam o excelente aspecto da moto.

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Audição – a banda sonora que sai do bonito escape, redondo e com um acabamento cromado muito cuidado, inclinado q.b., é grave, melodiosa, agradável e algo familiar.

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Se olharmos para o motor, parece-nos “dejá vu”. É verdade. A unidade motriz, produzida pelos chineses da Gaokin, é uma reprodução do mais que reputado motor da Honda CB500 (presumo que tenham adquirido licença de construção do mesmo, tal a semelhança em aspecto e características). Os 47cv estão bem disponíveis no punho direito, com um subida de regime muito linear e sem queixas em valores mais elevados. Segundo informações da marca, terão ocupado 20 engenheiros e 80.000 horas de trabalho para adequar o motor à Crossfire…

20210114_103426.jpg_7.92_jpgA caixa de velocidades tem um funcionamento agradável, sem percalços nem hesitações, apenas com o reparo que a 6ª poderia ser um pouco mais longa, permitindo assim uma maior acutilância das velocidades mais baixas.

Tacto – A qualidade posta nos acabamentos é notória, como já referi. De salientar que a montagem da Crossfire é europeia.

Do ponto de vista da ergonomia, a moto tem um assento relativamente baixo, sendo portanto adequada para quem tem baixa estatura, nomeadamente no trânsito citadino. Mas, com o meu 1,82m e envergadura avantajada, nunca me senti inconfortável, pelo contrário. O banco é confortável, para lá de muito bonito. Se o poderia dizer depois de 400 ou 500km? Não sei, mas convenhamos que não serão muitas as ocasiões em que os proprietários de uma moto com estas características o façam.

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A posição do guiador em alumínio – guiador e não avanços, como seria normal numa genuína café-racer – é agradável, com excelente pega. Realce para as manetes dos travões e embraiagem reguláveis. Esta última é agradável mas já os travões tem algo que se diga: o travão dianteiro é demasiado esponjoso (numa condução mais empenhada isso nota-se na aproximação às curvas) talvez pela entrada algo prematura do ABS (da Bosch). Já a actuação do travão traseiro é eficaz e incisiva compensando o efeito referido no dianteiro. De destacar que o conjunto de travagem (disco único à frente) é da conhecida J.Juan.

Paladar – Referindo-me ao meu, só posso dizer que me “soube” muito bem esta experiência. A Crossfire é, para lá de muito agradável à vista com uma linha original, elegante e bem carismática, muito saborosa na condução, adequando-se na perfeição a uma utilização quotidiana.

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À vontade no trânsito citadino pois tem boa maneabilidade, disponibilidade do motor que contribui para agilidade necessária neste ambiente, não fica nada mal depois, nos passeios de fim de semana (desde que estes não contemplem longos trajectos em auto-estrada….e eu pergunto: alguém gosta de andar na AE com a moto, qualquer que ela seja? Eu não!).

Em estradas sinuosas torna-se muito divertida, não intimida e permite acompanhar motos maiores com toda a naturalidade.

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Finalmente, o paladar da dita: sem ter tido a possibilidade de fazer uma verificação rigorosa do consumo, devo ainda assim dizer que julgo ter ficado na casa dos 4 l/100 (ou talvez até abaixo, mas a avaliação pelo nível do indicador de combustível é sempre falível).

E, last but not the least, seja parada num semáforo, em frente à esplanada do café ou em circulação capta os olhares. E os paladares. Quiçá mesmo, invejosos…

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Olfato – Deixei para o final o sentido que foi o primeiro a manifestar-se.

Quando olhei para a moto, pensei: “Cheira-me que vai ser um dia bem passado!”. Confirmou-se.

Outro aspecto a destacar é que cheira-me que esta moto será, pelo que atrás fica expresso, uma excelente opção para quem acabou de chegar ao universo motociclistico por estar acessível a detentores da carta A2 . Tem um comportamento afável e o assento baixo ajuda os de menor estatura.

20210114_122824.jpg_9.87_jpgSó um pequeno aroma agri-doce neste conjunto: o seu preço. Pouco mais de 6.500€ chave na mão. Não julgo que seja exagerado para o que a moto oferece mas poderá perder algo na comparação com outros produtos do mesmo segmento. Para quem pretende conquistar mercado, não tendo por trás o pedigree de uma marca com história e como tal não podendo incluir no valor final o goodwill que deseja conquistar, seria de esperar um preço mais acessível (que está em linha com o praticado noutros países europeus, não sendo portanto uma questão indígena). Mas quem sou eu para discutir opções das marcas, não é? 

Uma apreciação gastronómica para rematar

20210114_130059.jpg_8.85_jpgSou um mau garfo pelo que normalmente não me arrisco em tiradas literárias a propósito de gastronomia. Quando viajo sozinho, tenho sempre que acautelar algum reforço alimentar na bagagem porque amiúde me esqueço das refeições. E depois, ou não há onde ou já passou a hora…

Desta feita, também porque ia acompanhado, o almoço estava incluído no programa. Falhadas as tostas gigantes como atrás referi, restou-nos procurar um local. O Trip Advisor nunca me deixou ficar mal….

Descemos a Pragança, e logo ao inicio da povoação, a entrada para a Quinta do Castro. Era esse o nosso destino. No espaço amplo da quinta que, segundo nos disseram, estará a ser preparada para um maior aproveitamento turístico é onde funciona o restaurante. Ambiente muito acolhedor, típico e confortável. E a merecer destaque, a enorme simpatia com que fomos atendidos.

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Quanto ao repasto? Excelente sopa de espinafres (a exigir repetição), uma grelhada mista bem confeccionada, saborosa e bem servida. Para ajudar a empurrar (como se fosse necessário…) um jarrinho de tinto da casa com origens próximas, ali da Merceana. Muito bom, diga-se. Sobremesas a contento seguidas do imprescindível cafézinho. Antes de seguirmos viagem, a conta: surpresa agradável (perguntámos se não haveria engano…).

Ficou a promessa de regresso, que será certamente tão breve quanto possível, assim os nossos rumos para ali se orientem e retomemos a liberdade de circulação e de vivermos em segurança.

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Quinta do Castro, em Pragança. Quando puderem experimentem. Vão ver que vão gostar. A excepção da referência atesta a satisfação com a experiência gastronómica.

Últimas palavras

Relativamente à apreciação da moto, quase tudo está descrito aí atrás. É uma moto simples, sem ser simplista. Com acabamentos de bom gosto e de qualidade a condizer. Agradável à vista.

Na estrada é confortável, com um desempenho muito positivo, bom nível de desembaraço no trânsito e comportamento eficaz em estradas nacionais mais ou menos sinuosas.

Não esquecendo estarmos em presença de uma moto de 500 cm3, com 47 cv e enquadrada no âmbito da carta A2, para a qual é uma alternativa a ponderar, com um visual neo-retro bastante actual (passe o paradoxo), a Brixton Crossfire 500 teria sido uma notável surpresa se não se desse o caso de já ter as expectativas altas.

20210114_123847.jpg_8.09_jpg Quase todas as revistas da especialidade já a ela se tinham referido de forma elogiosa. Só me resta dizer que com inteira justiça. A Crossfire é, no seu segmento, uma excelente solução.

A terminar, é fundamental fazer uma última mencão que pela sua justiça deveria ser a primeira. E que vem junto com a grande gratidão por mais esta oportunidade de experimentar uma das propostas que a MOTEO, SA, representante em Portugal da Brixton – tal como da Suzuki, da Sym ou da Peugeot Scooters – oferece aos motociclistas portugueses.

No passado, beneficiei dessa disponibilidade e pude ir andar noCarrossel Alentejano com a novíssima Suzuki V-Strom 1050XT  ou ir Por Este Rio Acima com a espectacular Suzuki Katana.

Agora, foi a vez da Brixton Crossfire 500 pela Serra de Monsanto.

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Estas oportunidades dadas à comunidade de bloggers são cada vez mais um factor positivo para ambas as partes: para quem comunica com os seus pares – e este é um pormenor fundamental – por poder ter a possibilidade de fazer e partilhar conteúdos que são interessantes para a comunidade motociclista e para quem comercializa porque incrementa a visibilidade dos seus produtos e possibilita aos interessados ter um testemunho e uma visão mais próxima, a do motard comum.

A imprensa especializada e os seus profissionais (temos excelentes em Portugal) têm o seu lugar e conseguem pelos meios, pela experiência e pelo conhecimento adquirido, a capacidade de fazer análises mais aprofundadas. Os bloggers complementam esse papel.

A MOTEO, SA percebe este ecosistema. Por isso só posso expressar o meu grande bem haja!

Finalmente…

O último agradecimento é simultâneamente o convite para próximas aventuras. Muito obrigado pela companhia, pelas opiniões e pelo apoio de sempre! E podemos afirmar com toda a confiança que as duas “meninas” se deram e portaram muito bem!

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Até à próxima, algures por aí e sempre por aqui.

Em Viagens ao Virar da Esquina!

(Esta experiência decorreu durante o dia 14 de Janeiro e com integral respeito pelas normas vigentes e demais preceitos de segurança sanitária e rodoviária. Face ao momento presente, é apenas um testemunho e não constitui qualquer incentivo ao não cumprimento das regras legais)

Ó Mããããe!!!!….ó’pra nós, no j’rnal!!!

Era assim que em miúdos, anunciávamos em casa, se por algum acaso, uma foto ou referência nossa aparecia, nem que fosse no jornal da paróquia.
Era assim, não era?

Pois é com a mesma felicidade de miúdos que vemos este nosso blogue, ainda imberbe,  “no jornal” (e não é no da paróquia!), neste caso no nº2 da revista digital GO MOTO TRAVEL!

Felicidade, orgulho e honra! Sim, que termos a oportunidade de fazer parte deste projecto é um orgulho e uma honra. E tão bem acompanhados estamos!

A partir da página 98 até à 115 somos nós. Mas a revista tem tanto, mas tanto mais para ler, desfrutar e sonhar que quem puder usufruir do fim de semana mais prolongado tem aqui muito com que se entreter (e os outros também, obviamente):

Para a GO MOTO TRAVEL o nosso bem haja. Disponham sempre.

E se alguém falhou o número 1 (imperdoável!!!) aqui fica o link.

GO MOTO TRAVEL nº 1

Volta saloia por Montejunto e Bombarral (2)

Na Serra de Montejunto é imperdível uma visita à Real Fábrica de Gelo.

Aí percebemos como o aproveitamento das condições naturais permitia, séculos atrás, fornecer a casa real,a corte e até alguns hospitais em Lisboa, com o precioso…gelo!

2 – Real Fábrica do Gelo

Na primeira parte da descrição desta volta, abordei mais em detalhe o percurso. Para agora ficou a história da Real Fábrica do Gelo. Fica em plena Serra de Montejunto, perto do cume e é algo que vale a pena visitar. Para percebermos que muito antes da existência de algo banal como um vulgar frigorífico, já havia quem valorizasse a utilização do gelo e até desfrutasse do sabor de um refrescante gelado. Afinal como se produzia gelo se não havia frigoríficos?

Fizemos a aproximação a Montejunto por Vila Verde dos Francos. Subimos a serra e, a caminho do cume, virámos primeiro à direita e depois à esquerda (na direcção do Quartel).

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A Real Fábrica do Gelo fica logo a seguir a estas instalações militares.

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Era tempo das montadas repousarem um pouco…

No espaço, para lá de um Centro de Interpretação, de um pequeno parque de campismo em frondosa mata com alguns equipamentos adequados a umas belas churrascadas, temos o complexo que efectivamente constitui a Real Fábrica de Gelo. Note-se que não é visível da estrada mas é na Recepção (que estava encerrada para obras) ou no Centro de Interpretação que se obtém a entrada para a visita que é guiada. Atenção que são poucos os horários para tal (a visita demorará cerca de 1 hora, não pela extensão mas pela riqueza da explicação), pelo que se sugere uma busca prévia na internet para perceber qual a hora mais conveniente. A visita custa 2 € (bem empregues!).

Nós fomos uns autênticos privilegiados! Porque há muito que tinha passado a hora da visita mas a simpática senhora que lá estava, não só se disponibilizou para uma visita exclusiva, como também nos brindou com uma detalhadíssima explicação. Fabuloso!

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Da fabricação do Gelo, à animação cultural da zona passando pelo Memorial do Convento, os detalhes da explicação foram imensos

Este complexo esteve ao abandono até meados dos anos 90 do século passado, quando alguns estudantes da zona do Cadaval os “descobriram” e encontraram os edifícios em ruínas e cobertos por denso matagal. Mais tarde, a autarquia resolveu promover a recuperação destas instalações cujo interesse histórico não é só a curiosidade de um processo de fabricação de gelo (sem frigorífico!) mas também pelo facto de ser único em Portugal e muito raro por essa Europa fora.

Consta que o “fabrico de gelo” remonta ao tempo do rei Filipe I de Portugal (Filipe II de Espanha) que era um grande apreciador de gelados. À época, a matéria prima seria proveniente da Serra da Lousã, onde a neve que no inverno a cobria era aproveitada. Assim, terão existido uns silos em pedra escavados no chão onde, sempre que nevava, era acumulada a neve, compactada até formar gelo. Depois, este era transportado até à Corte pelos meios usuais da época. As percas eram substanciais. Alguns (muitos) anos mais tarde, uma nova forma de fazer o precioso gelo foi desenvolvida, neste caso na Serra de Montejunto.

A construção da Real Fábrica de Gelo remonta aos inícios do séc. XVIII, sendo que em 1782, foram realizadas importantes obras de ampliação pelo neveiro Julião Pereira de Castro. A posse dos terrenos e das instalações manteve-se na família e herdeiros deste até que a autarquia chamou a si a propriedade e a restauração, como acima referi, nos finais dos anos 90 do século XX. A fábrica produziu gelo até 1885.

Mas como se processava a fabricação do gelo?

Em primeiro lugar importa referir o clima propício da Serra de Montejunto (frio e húmido) e o facto da Fábrica ficar na encosta virada a norte (com escassa incidência solar).

O complexo divide-se em 3 áreas.

A primeira, a zona de elevação e distribuição de água, constituída por 2 poços, uma nora (movimentada a energia animal) e um tanque reservatório com 151 mil litros de capacidade e um segundo também de elevada capacidade. Nesta área, fazia-se a elevação da água dos poços para o enchimento dos reservatórios.

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No interior deste edificio ficavam os poços

Posteriormente, a partir destes, quando o clima era favorável (frio!) processava-se o enchimento dos tanques de congelação ou geleiras, que constituiam a segunda área da Fábrica.

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Tanques de congelação

Quando o frio assolava esta zona, e os tanques de congelação eram cheios, aguardava-se que a água neles contida (com uma altura máxima de cerca de 12 cm) congelasse. Invariavelmente este processo era integralmente noturno.

Quando tal sucedia, o guarda da Fábrica descia à povoação de Pragança, para chamar os moradores para virem carregar o gelo. Os primeiros a chegar, seriam os que eram contratados para a tarefa (consta que aqueles que conseguissem ficar a trabalhar nesta faina teriam os rendimentos suficientes para subsistirem durante um ano).

A terceira área era constituida pelos poços ou silos de armazenamento e zona de expedição. Ficava um pouco acima, na encosta da serra (numa zona que mesmo durante o dia ficava encoberta do sol pela própria montanha) e era necessário que o gelo produzido nos tanques fosse carregado em ombros e depositado nos silos. Estima-se que cada carga pesasse cerca de 65kg! Não era, portanto, trabalho fácil…

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Entrada da zona de armazenamento e expedição

Esta área integrava dois poços de armazenamento, onde o gelo era compactado para evitar grandes perdas, uma sala onde era cortado e embalado (em palha) e um terceiro poço onde era armazenado e se preparava a expedição.

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Interior do edificio onde era feito o armazenamento e posterior expedição
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Outra perspectiva do edifício de armazenamento e expedição

Posteriormente, o gelo já compactado e embalado em volumes superiores, era carregado por animais até ao cimo da serra e depois encosta abaixo, até ao Carregado onde os barcos estacionados na Vala com o mesmo nome aguardavam para depois o transportar até Lisboa.

Uma vez que se tratava de uma encomenda régia, tinha prioridade sobre tudo o resto que aguardasse transporte…

Nesta época, o gelo era já um bem muito apreciado (como podemos ver pelo anúncio)…

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De referir ainda, que o gelo produzido não se destinava apenas para o usufruto da corte ou das classes mais abastadas. Era também destinado aos hospitais onde era utilizado em muitas curas.

Antes do Terramoto, o Hospital de Todos os Santos era um dos principais destinos para lá da Casa Real.

Mais tarde, o gelo passou a ser também vendido, nomeadamente naquela que na altura era conhecida como Casa do Gelo (propriedade dos mesmos donos da Fábrica) e mais tarde, já perto dos nossos dias, como Martinho da Arcada.

E já agora, nunca se questionaram a razão do nome do Café Gelo situado no Rossio em Lisboa? Pois é…tem tudo a ver.

A Fábrica tem ainda no seu perímetro um Forno de Cal.

Funcionou inicialmente para a construção e manutenção da própria Fábrica e manteve-se em laboração até ao séc. XX mas apenas para fornecimento de cal às povoações mais próximas, nomeadamente Pragança.

E assim foi a nossa visita do dia. Espero ter despertado a curiosidade…

Isto de andar de mota também serve para ver e aprender. E deixo a sugestão: se tiverem filhos pequenos, levem-nos a visitar a Fábrica Real do Gelo para poderem perceber que os gelados que hoje com toda a facilidade (e deleite!) podem saborear, antigamente tinham por trás um processo complexo e sobretudo muito árduo de obter.

 

PS: Hoje falei pouco de motas…para compensar, aqui ficam elas!

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Team Honda

Em resumo, a jornada foi assim:

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E tudo estava ali…ao virar da esquina!

Leia a primeira parte deste passeio aqui!

Volta saloia por Montejunto e Bombarral (1)

A zona a norte de Lisboa, conhecida por Região Saloia é um manancial de estradas nacionais e municipais sinuosas, em razoável estado e com pouco trânsito. Ou seja, são óptimas.
E a paisagem e as referências históricas não lhe ficam atrás.

1 – A viagem

O hábito de no dia a dia circularmos pelas AEs, IPs e ICs faz-nos esquecer (pelo menos aos mais velhos) o tempo em que reclamávamos das miseráveis estradas que tínhamos nas quais se demorava uma infinidade de tempo a ir onde quer que fosse.

Hoje, quando temos uma das melhores redes rodoviárias da Europa (nem sempre bem estimada) e a esmagadora maioria do tráfego passa por ela, resta-nos o privilégio de ter inúmeras estradas meio escondidas, geralmente de boa qualidade e que são uma delicia para os amantes das 2 rodas.

Um dos exemplos é a zona a norte de Lisboa. Longe de ser plana, as estradas que unem as muitas povoações decorrem entre curvas e contra curvas, subidas e descidas ligeiras, que permitem ritmos simpáticos e diversão da condução.

Aqui falarei de uma volta que utiliza algumas destas estradas e que numa manhã e tarde domingueira, ao longo de cerca de 200km, permitiu a 5 amigos bons momentos de camaradagem e de bastante condução. Recordando a máxima que as rectas servem meramente para unir 2 curvas e que se desejam aquelas necessariamente curtas!

Eram cerca de 9h quando nos começámos a reunir num local muito habitual para os diferentes grupos que se dedicam a este “passatempo”: as bombas do Ralis na saída de Lisboa para a A1.

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Até se poderia chamar Team Honda!

Depois do obrigatório cafézinho, seguimos pela A1 até Alverca onde saímos para a N10 (objectivo: não contribuir para a Via Verde…) até Vila Franca, onde iríamos entrar de verdade no traçado previsto.

À entrada da cidade, virámos à esquerda, na mesma rotunda que permite o acesso à A1 mas depois seguimos em frente pois queríamos tomar a N248 que nos levaria até Arruda dos Vinhos e depois Sobral de Monte Agraço onde faríamos uma primeira paragem para “reabastecimento”.

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A caminho de Arruda

Esta estrada, apesar de algum trânsito e de atravessar povoações, tem excelente piso, boa sinalização e às poucas rectas sucedem-se zonas de curvas bem desenhadas que permitem uma condução muito fluída, com uma paisagem que faz uma transição dos montes que seguem paralelos ao Tejo e a planície mais a norte.

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Entre Arruda e Sobral

Chegados a Sobral de Monte Agraço, quando permitíamos algum descanso às nossas montadas, fomos surpreendidos com um desfile de “clássicas” em que a esmagadora maioria eram cinquentinhas dos tempos áureos:

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A parada de cinquentinhas…e outras tão ou mais antigas

Enquanto “as meninas” descansam, nada como uma amena cavaqueira em esplanada no centro de Sobral de Monte Agraço. Como se pode ver na imagem, não estávamos sozinhos, pois outros motociclistas também por ali paravam.

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Em repouso…

Feito o “reabastecimento” era tempo de finalmente nos dirigirmos ao nosso primeiro grande objectivo do dia: a Serra de Montejunto!

No próprio largo onde nos encontrávamos, são visíveis as placas indicadoras do rumo Alenquer. Não pretendíamos ir até lá, mas sim tomar a N115 que até determinado ponto é comum à rota que leva aquele destino.

Tomada a N115, fomos sucessivamente passando por Chãos, Freiria, Tojais, Palhacana, Corujeira, Aldeia Galega, Merceana, Cortegana, Atalaia e, embalados pela boa estrada e pela paisagem da aproximação ao vulto da Serra de Montejunto, quase não dávamos pelo cruzamento em Vila Verde dos Francos, onde obrigatoriamente virámos à direita em direcção à serra.

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Montejunto lá ao fundo

A estrada, inicialmente com pouco relevo, estreita e com piso algo irregular a exigir os devidos cuidados na condução, começa depois a subir…e aí, sobe e bem!

À nossa esquerda vemos, cada vez mais de cima, uma extensa planície.

Muita atenção pois apesar de não ter grandes dificuldades, a estrada tem poucas ou nenhumas guardas de protecção, a não ser umas pedras brancas que nos lembram que dali para o lado de lá…não!!!!

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A subir Montejunto. Do lado esquerdo…o precipício sem rede

Chegados ao cruzamento que dá, para a direita, acesso ao cimo da Serra, às antenas, ao Quartel e à Real Fábrica de Gelo, à esquerda para Pragança e onde está uma curiosa imagem de Nª Senhora, seguimos obviamente à direita.

Mais tarde voltaríamos a este cruzamento, mas então para nos dirigirmos a Pragança.

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À direita para o cimo da Serra

A caminho do cume passámos ainda pela antiquíssima (época medieval) capela de Nossa Senhora das Neves.

Lá em cima, quase nos sentimos no topo do mundo…bem, até verdade, daquele mundo que ali nos rodeia. Em dias de boa visibilidade, caso raro na zona (!), é possível alcançar toda a planura que vai até ao Tejo e mesmo mais além, a Serra da Arrábida ou, mais para sudoeste a Serra de Sintra. A nossa sorte não chegou a tanto, mas ainda assim desfrutámos da vista e do ar fresco e puro da montanha.

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No topo

Tão puro e fresco que motivou um pequeno petisco em que tomámos um “cafézinho” proveniente das vinhas da Madeira acompanhado de umas deliciosas fatias de um “bolinho” curado da Serra da Estrela!

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Uma delícia!!!!

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O Team Honda em formação

Era tempo de nos fazermos ao caminho, pois ainda havia muitos quilómetros a percorrer, uma visita a fazer e…um almocito que nos esperava no Bombarral.

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O início da descida

Essa visita, antes de descermos a Serra, era a um dos ex-libris da Serra de Montejunto: a Real Fábrica de Gelo.

Património histórico (séc. XVI) recuperado há relativamente pouco tempo, é testemunho vivo de como os nossos antepassados régios conseguiam desfrutar de algo que para nós é banal: os gelados!

Mas sobre a Real Fábrica do Gelo falaremos no próximo post onde vos contarei a sua história…

Sim porque isto de andar de mota não é só fazer quilómetros. Vemos e aprendemos!

Visitada a Real Fábrica de Gelo, onde fomos simpaticamente recebidos e tivemos o privilégio de ter uma visita guiada exclusiva, é tempo de nos fazermos à estrada.

E agora sim, a caminho do Bombarral.

A descida da Serra, a caminho de Pragança, segue vertiginosa, com um encadeado de curvas bastante divertido e com uma extensa paisagem à nossa frente.

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Descida para Pragança

Neste momento, faltava pouco para a pausa alimentar aprazada para o Bombarral. Era fundamental recompor as energias depois de uma longa manhã, com muita condução e alguns intervalos aprazíveis.

Em Pragança tomamos a N115-1, passamos por Valbom, Boiça, Chão de Sapo (os nomes de terras não deixam de nos surpreender…) e Cadaval onde deixamos esta estrada e seguimos as indicações para o Bombarral onde a dado momento apanhámos a N-361.

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Bombarral é já ali…

Aqui, uma chamada de atenção sobre algo que já detectámos em outros locais: a primazia que é dada nas indicações rodoviárias aos trajectos feitos pelas Auto-Estradas.

Geralmente, a alternativa por estradas nacionais não existe, ou só existe mais à frente (quando o condutor já teve que optar antes!), ou então não tem igual destaque gerando desnecessária confusão e hesitação!

Compreendemos a vénia feita às concessionárias, razão pela qual nos devemos precaver quando fazemos o estudo do percurso! Nomeadamente, saber sempre com a devida antecedência quais as 2 ou 3 próximas localidades a atravessar! Sempre é uma forma de não nos deixarmos enganar…

Sem mais história chegámos ao Bombarral!

Por sugestão do amigo Trip Advisor, o local escolhido foi o restaurante Os Sócios identificado por ser “bom e barato” e cuja especialidade é o frango de churrasco.

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Comprovámos, se tal fosse necessário, que o Trip é um bom companheiro de viagem e aquelas características estavam corretíssimas.

Se alguém quiser seguir a sugestão…aconselho vivamente que faça a reserva de véspera! A espera pode ser prolongada…

Repasto despachado….vamos à estrada que o caminho ainda é longo e há algumas pérolas rodoviárias a descobrir…

Para começo, a N8 – um clássico para os motards –  entre o Bombarral e Torres Vedras. Excelente piso, algum tráfego, curvas e contra curvas à descrição, que seriam uma maravilha a explorar se não existissem alguns constrangimentos: os outros parceiros da estrada, algumas povoações com os irritantes (mas, se calhar, necessários) semáforos e os limites legais de velocidade que convém acautelar…que estes pontos não dão acesso à Champions!!!

Chegados a Torres Vedras, sucedem-se as rotundas plantadas por estas estradas à velocidade de calendários eleitorais e outros… seguimos a direcção da saída sul de Torres até encontrarmos o desvio para a M533 em direcção à Serra da Vila.

Passamos esta pequena localidade, sempre por uma estrada que primeiro sobe até lá e depois, inevitavelmente desce, até reencontramos um pouco mais à frente a já conhecida N8. Passamos Freixofeira, Carrascal, Barras e um pouco mais à frente, um cruzamento à direita com a indicação Gradil e que nos vai levar pela N9-2, atravessando aquela pequena terra e em direcção a Mafra passando a dada altura pela entrada da Tapada de Mafra e durante algum tempo levaremos o muro desta à nossa esquerda

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Gradil

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Ao lado do muro da Tapada de Mafra

Esta estrada é uma preciosidade sob o ponto de vista de condução! Fabulosa!!!

Bom piso, curvas rápidas, curvas lentas, ganchos, curvas e contra-curvas, é o desfrute absoluto!

Passámos Murgeira, Paz (onde entrámos na N116) e atravessámos Mafra. O rumo agora era em direcção à Malveira, sempre pela N116.

Na Malveira, uma paragem impunha-se! As famosas trouxas da Malveira.

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Troooouuuuccchhhaaaaaasssss!!!!!!!

Há coisas que são essenciais….

Passada a Malveira, à saída desta, viragem à direita pela M539-2, em direcção à Avessada e depois, Vale de Uge e Santo Estevão das Galés.

Chegados a Santa Eulália, o engano do dia. Resolvemos virar à esquerda quando o previsto seria seguir em frente, continuando na M539-2 até Albogas. Como virámos à esquerda, pela M1205, não só viémos a entrar mais à frente na N8 (muito antes do pretendido) como apanhámos um pedaço de estrada em mau estado (nada de muito problemático mas ainda assim algo desconfortável). Em Ponte de Lousa entrámos outra vez na N8.

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Regresso a Lisboa

Sucederam-se Guerreiros, Pinheiro de Loures, Loures. Aqui optámos por seguir por Ponte de Frielas e Frielas para fazermos a entrada em Lisboa por Sacavém. O objectivo seria fazer a estrada da Apelação (as melhores curvas e contra curvas quase dentro da cidade…) e daí aquela cidade do concelho de Loures.

Todavia, algo se passava que não conseguimos identificar, razão pela qual era impossível seguir aquele rumo. Mas a estrada de Unhos (não tão interessante e com pior piso) serviu como alternativa!

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Depois de Unhos. O final estava próximo!

200 km depois chegámos! Foi tempo de despedidas e ficou desde logo o compromisso de nova volta em breve…afinal, elas estão aí, ao virar da esquina!

Continua aqui!

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